31 de dezembro de 2010

Saudade


Marquinhos, Elisa, David, Álamo e Maria Clara

Hoje assisti um DVD, um desses enlatados americanos, saca? Conta uma historia de um cara que escreveu um livro contando sua experiência com a morte da sua mulher. Também, desse mesmo livro, nasceu um encontro dele com outras pessoas que passavam por dor semelhante.

Do meio pro final, o filme mostra outra realidade, a dificuldade dele em lidar com a perda, de saber como desabafar e tocar em frente. Como exemplo dessa sensação de prisão, ele não conseguia falar com os pais dela.

Me senti dentro do filme, pois sinto uma armadura instalada no meu peito, pesada, dura e que pelo menos me deixa respirar e tocar a vida meio que robotizada. Não consigo falar com vocês por enquanto. Sei que a partida da Marpe está sendo sentida por diversas pessoas, mas, em vocês é onde mais me agonia e também por Khym e Chyara que perderam uma Tia presente!

Que o Doutor Tempo e auto-reflexão cuidem para passar logo esse luto e apontem chaves para soltar o cadeado dessa armadura. Sem ela vou poder fazer valer o diploma que recebi dela na formação do meu caráter e escolhas de vida!

Um beijo


27 de outubro de 2010

Imperil 1 x O Consciência



          Nesse exato momento Filho e Pai estão escrevendo em consequência de uma cena, um momento que deveria ser um café da manhã, mas foi um desconforto para ambos. Logo irá começar uma reunião e não posso me alongar. Apenas registrar que hoje não controlei meu imperil ao presenciar o Filho desobedecendo a profissional que cuida da casa e de ajudá-lo na sua rotina e, em seguida, o Filho também afronta e desobedece o Pai.

          O Filho, de uma certa forma, fez a parte dele que foi errar, que foi ter feito a escolha errada das atitudes para uma rotina já conhecida. Ter feito a parte dele significa que está nos dando a oportunidade de educá-lo, de mostrar as opções de suas escolhas e as consequências delas. Na hora perdi a paciência, o imperil se elevou rapidamente e de forma brusca tirei o Filho da cozinha e coloquei na varanda de castigo ou de prontidão para refletir sobre seus atos. Acertei em não ter dado uns tapas, sensação que se oferece no momento de alto imperil, vem lá do fundo dos instinto, sentimento  herdado  no nosso dna fruto das nossas antigas raças irracionais!! Controlei essa vontade, mas não consegui a calma necessária para ter gestos mais brandos e palavras mais serenas. Fui bruto!


          Sigo na minha BUSCA por fazer melhor uso das minhas emoções, principalmente quando preciso atuar no meu personagem de EDUCADOR. Não bater já foi um passo, mas, a batalha agora segue para buscar maior controle, perceber a presença do imperil, respirar fundo e poder indicar o que ele está fazendo de errado e mostrar o que deveria ser e conforme for, aplicar um castigo ou momento de reflexão. Mas, tudo com muita calma.
Dar limites é o maior gesto de AMOR de um Educador!

         Ando impaciente com os Terráqueos! Não posso esperar dos outros a mesma intensidade de cobrança que tenho comigo mesmo! Cada um tem o seu tempo!


13 de maio de 2010

Ninguem me contou - De Helena e Rachel


   Sentimento de orgulho pelo belo texto da afilhada e sobrinha. Muito mais do que isso, uma percepção que nós, educadores, temos muito que aprender para poder formar o caráter dos nossos filhos e criá-los para vida e não para nossas expectativas.

     Enquanto a sociedade não consegue formar Educadores, temos que seguir esse exemplo. Promover em nós mesmos essa auto-crítica e moderação é o caminho com mais oportunidades de acertarmos. O " E daí " da Helena é um gesto de questionamento, de não estar na zona de conforto, de querer saber por que! Sorte dela que tem nos seus Educadores, Rachel e Arthur, a inteligência de não podá-la por inteiro e sim, apenas indicar caminhos para que o " E daí " seja lapidado do tom sincero e contundente para o tom de negociação e conciliação. Mas, nunca podar o " E daí " que será usado por Helena para mudar o seu Mundo.

Enfim, o bom daqui é o texto da Rachel e Helena. Ando, confesso, impaciente com nosso letárgico processo de transformação de onde estamos para onde deveríamos estar.


NINGUÉM ME CONTOU

Publicado na Revista Pais&Filhos de Maio de 2010

Que eu ouviria “E daí?” da minha filha


Rachel morreu de raiva quando ouviu a filha dizer a frase com prepotência. Mais tarde, descobriu o lado positivo da afronta

Ninguém me disse como lidar com um “E daí?”. Parece uma frase inofensiva. Pode ser, se lida de relance. Mas tente escutá-la. Imagine uma criança de 5 anos com as mãos na cintura, dizendo “E daí?”. O mesmo que “não me importo” ou “não tô nem aí pra você ou para o que você diz ou vai fazer”.

Acredito que uma criança de 5 anos não tem a exata medida do que diz – se eu, aos 35 anos. ainda me pego falando sem pensar, imagine ela, que está se dando conta de seus desejos e aprendendo a lidar com aquilo que a desagrada. Só que, ainda assim, é duro ouvir um “E daí?”, que, dependendo da entonação e dos trejeitos, pode tirar qualquer um – ou uma boa parte das pessoas – do sério (incluo-me entre aqueles menos tolerantes).

Fico pensando: se fala assim aos 5 (ou se deixo que continue falando assim), como será quando tiver 15?

Esse “E daí?” revelou que: “daí” hoje não tem sobremesa e também não tem historinha. A noite acabou aí. Fomos pro quarto, sem TV, juntas. Ficamos na cama, abraçadas, quietas, tristes com o que aconteceu. Com o pouco caso de uma e a raiva da outra. Ao olhar de fora, como num raio X, talvez as reações pudessem ser outras. Talvez se eu fosse espiã de mim mesma adotasse outra postura – menos cheia de impaciência e raiva. Mas a questão é: como ser ou agir como se estivéssemos fora de nós mesmos e do contexto que nos cerca? Como se abstrair dos sentidos e dos impulsos?

Certa ou errada, ou parte certa e parte errada, espero que não haja outro “E daí?”.  

E se houver? E daí?

E daí que muitos meses após ter escrito o texto acima, que nasceu de uma desobediência de rotina, carregada das palavras soltas de uma criança de 5 anos, me dei conta de que é mais difícil ouvir um “E daí?” do que dizê-lo.

Quem o diz está se expressando com liberdade e mostrando que não concorda com a regra. Um pouco fora do tom, por conta da pouca idade, a voz saiu de um jeito que me desconcertou, deu vontade de “voar” em cima.

Mas será que o problema reside no “E daí?”? Será que quero e devo podar o “E daí?” da minha pequena, levando-a a encobrir o que sente, levando-a a desistir de enfrentar o outro, desafiá-lo? A casa é a primeira reprodução do mundo. Os pais são os primeiros a serem desafiados. Depois de tanto tempo, passei a entender que deveria “aparar as arestas”, não impedi-la de um próximo “E daí?”, mas incentivá-la a aumentar sua argumentação, sua capacidade de reação. Reaja, com respeito e educação.

Afinal, de quantos “E daí?” nascem novas ideias ou projetos? As pessoas que dizem a temida frase são profissionais tão confiantes a ponto de se exporem sem medo e sem arrogância. Esse é o ponto. O difícil ponto. Manter um “E daí?” saudável, sem empáfia, com respeito ao próximo, mas também com respeito a si mesmo e a seus sentimentos. Melhor colocar para fora do que manter abafado ou reprimido. Está aí o grande desafio dos pais – ou pelo menos o meu desafio – saber escutar um “E daí?”sem perder o controle da situação, para ajudar os filhos a encontrarem o tom certo de suas inquietações, reclamações ou contestações. Eles têm de saber falar e nós, escutar.

Rachel Facó, mãe de Helena, de 6 anos, é jornalista e optou por exercer seu papel de Educadora. O texto também pode ser lido no link aí de baixo:




 

9 de maio de 2010

Mãezinha

Mãezinha,

Não posso mais te ver
Não posso mais te cheirar
Não posso mais te ouvir
Não posso mais falar te amo
Todos as energias dessas sensações e sentimentos mudaram
Se concentram agora no ato de sentir
Intuir sua presença
Perceber tudo de bom que você me ensinou
Nosso contato agora é sutil, não pode ser medido
Transmitir aos seus netos..., meus filhos, todos seus valores de amor e justiça
Cuidar da Terra, do ar, da água, da energia da mesma forma como Você cuidou de todos que conviveram com você.

12 de março de 2010

Relação Escola e Aluno! Até quando será assim ?


Ontem estive conversando com Coordenadores da Mauá sobre Sustentabilidade no segmento das Universidades. Ótimo papo! Mas não é sobre Sustentabilidade que vou continuar escrevendo aqui. Se fosse, estaria lá no www.habitanteverde.com.br !


Quero registar algo que percebi nos anos de 2007 e 2008 quando me formei na Universidade Paulista, o que venho percebendo na própria Mauá e muito do que ouço e leio por aí!


        É nítida a sensação de um consenso que os humanos, grande parte deles, entre 15 e 25 anos, não se comportam em sala de aula como aluno ou cliente. Mais na frente explico porque escrevi cliente! De um lado vejo a incapacidade dos Educadores, Pais e Mães não conseguirem educar seus filhos, seja porque falta tempo ou aptidão. Aqui vale sempre registar o que tanto debato nesse espaço: Não somos treinados e previamente capacitadas para "Educar Filhos" , ou seja, fazemos por amor , instinto, bom senso e pouco auto-estudo! Do outro lado, percebo certa omissão também das Escolas.


        Por essas e muitas outras percepções, que vejo espaço para que a Escola seja reconhecida como um prestador de serviços e o aluno como um Cliente. Assim, ambos teriam direitos e deveres um com o outro. Se fosse assim, o contrato de prestação de serviços seria construído com uma matriz de responsabilidades dos dois lado.

         Como o tema aqui tomou por base o comportamento dos humanos dentro da sala de aula, nesse item, estaria escrito e bem detalhado determinadas regras como uso de celular, comprometimento em sala de aula, boas maneiras com professores e demais Clientes (alunos) etc etc. O cumprimento desse acordos também deveriam fazer parte da avaliação dos mesmos e não somente o número de 0 até 10 ou as letras que fazem ou não o merecimento de um diploma. Essa tão difícil arte de relacionamento interpessoal já seria exercida e praticada dentro do ambiente escolar, como deveria ser matéria obrigatória para todos! Inclusive na formação de Professores. Poucos irão ler e admito que idéia hoje, 27/03/2010 tem cara e jeito de utopia!


15 de setembro de 2009

Um Dia do Educador na Escola da Sua Filha

Dia 14 de setembro ganhei um belo presente! Participei do primeiro dia do Educador/Educadora na Escola Soletrar, onde estuda Chyara Facó. Esse dia foi criado pela Escola com objetivo de aproximar Educadores e Educadoras do dia-a-dia dos filhos e filhas, podendo assim participar de uma aula ao lado dos pequenos e seus colegas, dentro da própria sala de aula. Ou seja, da mesma forma que algumas Empresas possuem um programa onde seus profissionais podem levar seus filhos para conhecerem seu ambiente de trabalho, esse dia do Educador/Educadora também oferece essa oportunidade para Mãe e Pai conhecerem a rotina dos seus pequenos e pequenas. Não podemos deixar de sacar que esse ato de estar com seu pequeno e sua pequena dentro da sala deles, realizando atividades junto com eles, recebendo as mesmas orientações da Professora, também atua como uma forte indicação para o seu pequeno ou sua pequena, sobre seu interesse de conhecer o que andam fazendo por lá e, principalmente, enfatiza porque você escolheu aquela escola para fazer parte do processo de educação onde você é o principal responsável e protagonista.


Nesse dia conheci um pouco mais de perto as amiguinhas e amiguinho da Chyara, suas Mães e sua Professora. Fizemos uma brincadeira de pintar nossas mãos numa mesma folha e encerramos as atividades lanchando todos juntos no mesmo espaço com eles e como também degustamos o mesmo lanche!



Para mim a experiência foi ótima pois me deu a oportunidade de participar e vivenciar a rotina dela e das pessoas que estão tão próximas dela.

Não sei se essa vivência irá se repetir outras vezes, mas, vou sugerir algo semelhante para Escola onde estuda o irmão!



8 de setembro de 2009

Quase alta!

No último embate eu voluntariei minha alta, mas, concordamos em mais um bate papo ainda em Setembro. Vai ser face-to-face mesmo porque o tal do Conselho ainda não regularizou a terapia via MSN. De qualquer forma, como estamos aqui para transformar e não apenas passar, me coloquei a disposição como cobaia para testarmos essa tecnologia no cuidado com as emoções. Acostumado com indicadores, trouxe para mesa a questão onde fosse possível montar um pizza onde a terapia, yoga, homeopatia e força de vontade pudessem ser quantificadas e colocadas em números para saber quem mais trouxe influencia para o controle da TAI! Quero sempre dizer controle para não cair na zona de conforto de achar que estou 100% curado! Assim, não deixo o Ego comemorar antes do tempo. Sacou ?

Em casa, de fato, os ares andam mais leves! Após o controle total do TAI pelo gesto, já estamos pensando em controlar também o tom de voz e dar broncas com menor indice de imperil. Gritar menos !!